CIFRA [#379#]
[1]Quando a tempestade ruge
Com o seu feroz bramir,
Quando as nuvens se acumulam,
Raios mil a despedir,
Do trovão o som tremendo
Faz-se ouvir e com pavor;
Mas, na voz da tempestade,
Soa a tua voz, Senhor!
Eis que ouvimos doce voz,
A animar os que andam sós,
E em ti sempre confiados,
E por ti sempre a lutar,
Na aridez de imensas plagas,
No fragor do vasto mar.
[2]
Quando o mar vem mansamente
Sobre a areia se espraiar,
Quando a brisa sussurrante
Nos segreda ao perpassar,
Sua mística harmonia,
Ouve-se um feliz rumor,
Sobre o coro vem das ondas
Tua doce voz, Senhor!
[3]
Quando o coração aflito
Quer à dor, ao mal fugir,
E se agita e luta e ruge,
Sem a doce paz sentir,
Qual um som que se repete
Nas quebradas a rolar,
Ao aflito e contristado
Tua voz vem consolar.
Raul Gonçalves